25 abril 2011

Enquanto Tentava Esquecer

Foi quando eu sonhei com você.
Cai do céu e fui parar em seus braços, no meio do mar.
Seu sorriso iluminou brevemente os restos de mim.

Recolhi, então, as palavras soltas no ar,
Pois as a aves dançavam no céu aflito e alaranjado.
O dia morria, sem mais preâmbulos, enfim.

Shakespeare diria que é mais um pouco de Romeu e Julieta?
Ouço, ouço.
Não ouço nada.

Minha respiração lenta dá voz ao vento que bate nas árvores.
Ou dá silencio.
Tudo se cala.

Hoje, um dia de comemorações, é permitido matar.
Eu mato, de jeito furtivo, fujo distraído para o sol e morro.
Novamente, sinto o fim de um sentir, que parece o começo de tudo.

Preces, preces, Deus há de me atender.
Sou seu escravo, rendido pelos prazeres de pensar.
Sou um touro, valente touro de cristal.

Cuidado, posso lhe quebrar, ou você me quebrar, ou quem sabe os dois.
Esse não é o ponto final.
Não há ponto.

Soa triste como um violoncelo velho, que perdeu as cordas.
Sem som, sem cordas.
Sem as minhas cordas de paixão.

Ah, triste do romântico que resolveu romancear,
Afinal, a vida é constantemente excitação,
Feita de energia, fogo e o azul noturno da saudade.

Quem diria, a saudade é azul? Sim, ela é azul bem escura.
Tal como o mar onde você me encontrou.
Onde eu cai e te encontrei também.

Onde nós nos beijamos.
E encontramos o que faltava em nossas vidas.
O que nos faltava na morte de um novo nascimento.

Eu não quero mais morrer.
Eu quero você.
Em tempo integral.

Basta de socialismo; as greves já não me encantam.
A política é a mesma, irei me conformar com o tempo.
Os pequenos detalhes é que me interessam agora.

Eu faço parte deles.
Todos nós, sem exceções.
Ainda sorrio ao lembrar a água salgada em nossas faces.

Foi um belo sonho.
Numa noite de verão?
Talvez chovesse de madrugada...

Você sabia que a saudade é azul?

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