17 janeiro 2011

De um tempo que não é mais dela


Foge de mares escuros.
Na estrada, durante a noite,
Ora a Deus.

Sua prece será em vão?

Encontra-se sozinha porque quer,
Porém é muito bem casada
Com as teias da psicologia.
Os teoremas são seus irmãos.

Vive perto de livros,
Mas a morte continua a persegui-la.
Desistiu do romance,
Do amor, das rosas e alianças.

Hoje respira aos pulos,
Mas só se pode pular enquanto há pernas.
A doçura há muito deixou de ser rotina.

Não existem mais lágrimas,
Ou carinho,
Ou esperança.

Seu nome não foi dito da primeira vez.

E não será dito agora.
Em seu epitáfio estará escrito:
“In Memoriam”.
E basta de explicações.

Esqueceu-se das boas maneiras,
Lambuzou-se em insanidade.
Toma banho em bacia de ouro, no meio da podridão.

Foge, foge sempre.
Só o ódio a alimenta,
Uma perfeita Amazona.

Ainda ambígua,
Ainda sem rumo.

Minha eterna, amada e intransitivamente
Única.

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